Palavras bakhtinianas para mudar o mundo

Angélica Duarte, Márcia Concencio

R$45.00

PALAVRAS DE TRANSFORMAÇÃO

De uma certa forma, podemos dizer que 2020 está sendo um ano que ainda não começou. Nos acostumamos – e isso é como uma marca de grande parte das nossas culturas no Brasil – a dar início à execução dos nossos projetos sempre após o Carnaval.

Mas eis que justamente esse adiamento nos trouxe a suspensão da maioria dos projetos, ou pelo menos, uma ressignificação dos mesmos em função do isolamento social que urgia, diante da pandemia que se tornava rapidamente realidade, não só em todos os estados brasileiros, mas em todo o mundo.

Em meio ao caos nos vimos constrangidos a reformular as relações, literalmente, de um dia para o outro, e as atividades que outrora eram desenvolvidas de forma presencial passaram a ser virtuais.

Nas cidades com suas ruas agora vazias de corpos, as palavras circulavam protagonistas – imunes ao vírus – nas redes sociais, nos aparelhos de celular, televisores e computadores. Aplicativos de reuniões online foram redescobertos, revelando um lugar que nos deixava a salvo…

Mas a salvo de quê? Para além do Coronavírus que nos ameaça, há que se cuidar de muitas coisas – uma publicização do privado é algo de fácil propagação nesses ambientes, enquanto o risco que uma live oferece de aumentar nossa imunidade ao outro é grande e perigosa, apesar de parecer para muitos sedutora…

Tantas palavras circulando nos meios virtuais, e mesmo diante dessa abundância percebemos que tudo aquilo que Bakhtin buscou ressaltar em sua filosofia – a dimensão dialógica, alteritária e transformadora do encontro de um ser humano com outro ser humano – precisa ser colocado nessa arena, precisa ser afirmado com a força de nossas palavras, palavras dos grupos de pesquisa e estudos bakhtinianos. Grupo Atos UFF – Grupo de Estudos e Pesquisas Bakhtinianas, GRUPEGI – Grupo de Estudos e Pesquisa em Geografia da Infância – UFF, Grupo Gebap– Grupo de Estudos Bakhtinianos do Pampa e o GEGe – Grupo de Estudos dos Gêneros do Discurso – que se encontram aqui nesse livro que nesse momento nos propomos a organizar.

Mas que tipo de palavras iremos encontrar aqui? Ora, além de todas aquelas que não conseguiremos dar conta de destacar, iremos encontrar palavras heterocientíficas e palavras alteritárias; palavras que dão sentidos outros para as práticas escolares e palavras que nos convocam a pensar a alfabetização e o ensino de escritura na escola de uma maneira autoral, dialógica, escriturística e não de mera transcrição, com gêneros discursivos e não somente com gramáticas e ortografias; palavras de crianças, as que fomos e as com quem nos encontramos, palavras que tomam o discurso de cada criança como sendo, desde sempre, alteritário; palavras artísticas, que pensam esse lugar no mundo onde as mesmas possam ser enunciadas como grandes palavras transformadoras que são. São essas e outras as palavras que iremos encontrar aqui.

Mas, e quanto ao livro? Como haveríamos de organizar essas palavras, já tão caras para nós? Bem… O livro Palavras bakhtinianas para mudar o mundo veio ganhando forma em nossas conversas, e aqui o apresentamos em três partes. “Separar” os textos era uma tarefa que demandava esforço na hora de encontrarmos uma palavra que fortalecesse nosso ato responsável – aparentemente simples – de organizar o livro.

Buscamos uma palavra que nos auxiliasse nesse desejo de criar beleza e fazer fluir a leitura. Quase sem demora a palavra veio chegando… Vamos avizinhar! É uma palavra muito bakhtiniana, sugestiva de encontros! Com essa palavra anunciamos um modo de organizar que se dá por proximidade e desfaz – pelo menos foi o que intencionamos – a ideia de isolamento dos textos. Inclusive as partes I, II e III que criamos para compor a estética do livro não são lugares fixos, mas apenas um pouso para os textos, que em nossas percepções se atraíram mutuamente. Isso podemos jurar.

Dessa forma, avizinhando, organizamos e ao mesmo tempo fortalecemos as palavras que vão ali se tocando, se provocando entre si, na margem de um texto que cala para a escuta do próximo…

Assim, na primeira parte avizinhamos os artigos que traziam as “Palavras em Filosofia da Linguagem” para o centro da discussão e iniciamos com o artigo A outra palavra e a escuta em Mikhail Bakhtin e Emmanuel Levinas, no qual Augusto Ponzio vai afigurando um diálogo renovador, desses que eclodem quando grandes autores se encontram, e nos permite ir construindo um entendimento sobre o que possa ser a palavra – como palavra outra – e o que significa, de fato, a escuta, a partir da alteridade, questão central da filosofia da linguagem de Bakhtin, em sintonia com o pensamento de Levinas: uma alteridade absoluta, pela qual o outro existe por si, independente do eu, que não espera a doação de sentido por parte de uma consciência objetivante, interpretante, para subsistir como outro.

As autoras Marisol Barenco e Liliane Neves nos provocam um encontro com a palavra que persiste alteritária na vida, na arte e na escritura heterocientífica. Elas apontam que as formas alteritárias de vida e de escritura transformam o “medo do outro” em “medo pelo outro”, por amor a este que nos altera e constitui. Através da linguagem, as autoras procuram confrontar a centralidade do eu e da identidade nas pesquisas com crianças e professores.

No artigo Quando a palavra encontra a palavra outra, Reginaldo Lima de Moura cria um plano estético onde pelo menos duas vozes dialogam e mantém vivos seus valores: uma crônica, um gênero discursivo particularmente potente para provocar uma reflexão sobre o encontro de palavras, acontecimento singular que se dá na vida e cujos sentidos são abertos.

No artigo Palavra Ensaística: a esfola do Leão de Neméia, Ana Elisa Alves dos Santos escreve sobre as possibilidades da construção da heterociência a partir da critica às teorias de representação nas ciências humanas. Em seu artigo, narra a busca pela não objetificação dos sujeitos em seu projeto de construção de uma tese dialógica, onde busca, na pesquisa, falar com o outro e não sobre o outro.

Ana Lucia Adriana Costa e Lopes, no artigo O Círculo de Bakhtin: Como o Guardador de Rios, o Guardador da Filosofia da Linguagem, inicia com a questão: Por onde começar a escrever quando desejamos falar da vida de pessoas? Em conversa com Mia Couto vai estabelecendo um diálogo com muitos outros autores que se debruçaram sobre a vida de Bakhtin, e os que formaram seu Círculo. A autora buscou, nas vozes e em diálogo com esses outros, um auxílio na tarefa de trazer, manter suas vidas e desvendá-los, como o guardador de rios, os Guardadores da Filosofia da Linguagem.

No artigo Da Teoria à Vida II: a concepção da vida do meu segundo filho a partir da reflexão bakhtiniana, Fabiana Giovani narra a maneira como a perscpectiva bakhtiniana permeou e segue permeando o curso de sua vida. Nesse artigo, Fabiana nos fala sobre a legitimidade que lhe é concedida com a chegada de seu primeiro filho, Lucca e sobre a alteridade que é renovada com a chegada do segundo filho, Carlo, esse outro que lhe transforma e se constrói como seu segundo nascimento, o nascimento social que ocorre quando ela traz ao mundo seu filho.

Flávio Henrique Moraes em seu artigo Princípio Prudêncio faz uma reflexão sobre os processos de colonização que se perpetuam e eternizam, principalmente pelo princípio que o artigo releva, e que nos denuncia a internalização da violência sofrida e sua replicação, como já nos ensinava Paulo Freire quando dizia dos processos em que “hospedamos o opressor”.

Patrícia da Silva Pacheco no artigo Nos caminhos do Assaré: pensando a narrativa na poesia do encontro, nos convida para tecermos possibilidades de pensar a narrativa numa entrega sentida à palavra, que não deixa de ser uma entrega ao outro e a si mesmo, trazendo um pouco de sua pesquisa de doutorado na Fundação Casa Grande, um centro de cultura, arte, educação patrimonial e midiática, na cidade de Nova Olinda, no Ceará.

No artigo Reflexões Sobre Sujeito e Conhecimento: identidade, alteridade e metodologia nos estudos bakhtinianos Nathan Bastos de Souza e Gabriella Cristina Vaz Camargo fazem uma reflexão acerca das contribuições bakhtinianas sobre o sujeito e o conhecimento, chamando nossos olhares para a questão da identidade e da alteridade, nos fazendo considerar a constituição do eu em relação a um outro, que o completa e o altera.

Na segunda parte avizinhamos os artigos que trazem as “Palavras em Infância e Escola” e as autoras Denise Santos Lima e Márcia Concencio, no artigo Alfabetização como um ato dialógico: uma contrapalavra à representação, buscam – sem perderem de vista a coerência com o pensamento de Bakhtin, para o qual o sujeito das Ciências Humanas é um sujeito vivo, expressivo, falante – problematizar a perspectiva do ensino da linguagem escrita como sistema de representação.

No artigo Enfrentando o meu maior medo: a interação do eu com o outro na sala de aula e a descoberta de uma nova amorosidade, Rosiane Gonçalves dos Santos Sandim traz o relato de sua trajetória como docente, que vai do medo do outro ao medo pelo outro, através da alteridade de uma amiga e pela amorosidade responsável que a autora encontra na filosofia de Bakhtin.

Daniele Cerqueira, no artigo Quando a minha palavra nunca mais foi minha: um ensaio sobre o alargamento da consciência em relação à linguagem, traz relatos de vivências com crianças na fase de alfabetização, reflexões sobre suas práticas pedagógicas e suas relações de alteridade que, diante da filosofia da linguagem de Bakhtin e o Círculo, deram a ver que somos feitos das mesmas partículas, como as estrelas. Nos completamos como ato responsável, um iluminando e fazendo parte do outro.

Miza Carvalho, no artigo Carta ao Subcomandante Insurgente Marcos, cria um plano estético em diálogo epistolar, tendo como princípio responder ao outro. Sua palavra é ela mesma feita da palavra do outro, e tomada pelas palavras lidas na carta do subcomandante Insurgente Marcos direcionada ao Galeano. Miza toma para si a responsabilidade de responder às provocações contidas na carta, e inicia um discurso indireto livre onde busca denunciar a perpetuação do currículo branco na escola brasileira.

Os autores Cláudia da Costa Santana, Lucas Rocha Gonçalves e Luiz Miguel Pereira no artigo Cronotopos em forma de cacos: atlas do mundo de minhas vivências na infância nos provocam com uma reflexão sobre os estudos contemporâneos no campo da infância – memórias de infância em conexão com a pesquisa com bebês – para pensarmos a educação em sintonia fina com a arte e com a vida.

No artigo Oficinas no contraturno: perspectivas de aplicação em uma escola municipal de ensino fundamental as autoras Caroline Araújo Larrañaga de Matos e Idelmira Diogo Calvo nos provocam, ao narrar a realização de oficinas em contraturno escolar em uma escola pública com crianças e adolescentes – muitos deles em vulnerabilidade social, cujas vozes comumente são apagadas – apresentando uma proposta para a transformação que, indo além do processo sistemático de ensino, aposta no sujeito protagonista da própria história – o sujeito bakhtiniano, que se manifesta, o homem falante.

As autoras Mariana Fernandes Vasconcelos e Milene Siqueira Alves, no artigo Sacola de leitura: semeando e colhendo, compartilham conosco a narrativa de uma experiência que foi proposta para incentivar práticas pedagógicas de leitura e formação de leitores literários em uma escola pública de zona rural, em Uruguaiana (RS). Tal proposta vem sendo ao longo do texto explicitada pelas autoras, que por acreditarem no poder transformador da literatura investem em sua ampla implementação não só na escola, mas também na comunidade, onde os participantes respondem a esse ato responsável tornando-se eles mesmos agentes transformadores da sociedade.

Na terceira parte avizinhamos os artigos que trazem as “Palavras artísticas” como força transformadora. Jader Janer Moreira Lopes no artigo As palavras são as nossas primeiras formas de existir geograficamente no mundo: enunciações sobre amorosidade espacial, em diálogo com obras de Thiago de Mello, Mia Couto e Will Eisner vai tecendo suas considerações sobre o lugar da palavra na existência humana, tecendo importantes relações entre as concepções de Vigotski – a reelaboração criadora – e da filosofia da linguagem de Bakhtin e o Círculo – as noções de exotopia e de excedente de visão.

Maria Leticia Miranda Barbosa da Silva, no artigo Diário de uma impostora, escreve um diário onde reflete sobre as suas vivências enquanto professora de artes que provoca as crianças a criarem enunciados artísticos. A autora, entretanto, percebe a necessidade de criar e fazer crescer a sua própria enunciação artística. Nessa busca pela transformação, Maria Letícia inicia um curso de autorretratos, e a partir dessa experiência faz uma reflexão sobre as possibilidades artísticas do enunciado fotográfico, a partir de um estudo do seu próprio processo.

No artigo O grito de Macabéa Natália de Abreu Nascimento faz uma tentativa – a nosso ver, muito bem sucedida – de criar um plano estético com base nos seus estudos bakhtinianos acerca da palavra – palavra minha, palavra outra, palavra outra minha e a palavra na qualidade de signo social como um meio de consciência – trazendo fragmentos de A hora da estrela, de Clarice Lispector, obra à qual compreensivamente responde, produzindo e renovando os sentidos do já dito: deixo aqui a minha palavra, impactada pelas palavras de Clarice, de Rodrigo S.M. enquanto narrador e de Macabéa enquanto moça que ia vivendo à toa.

No artigo Construindo uma Escuta da Criança: um diálogo com a fotografia na escola, Angélica Duarte da Silva Araujo busca compreender o extraverbal em um estudo sobre uma fotografia de escola. Nessa pesquisa, a autora compreende que o extraverbal não se revela só no corpo, no momento do movimento enunciativo, mas ele compreende também os acontecimentos antes e fora da enunciação. Esse verbal-corporal que a fotografia afigura encontra seu sentido no cotejo com o extraverbal. Nesse movimento de pesquisa evidencia as enunciações que não são nem escutadas, nem compreendidas na escola, a partir de um estudo sobre uma fotografia escolar.

No artigo Um breve diálogo entre o realismo e o neorrealismo português através do conto “Os Corvos”, Icaro Cesar Cainan da Cunha Claro Olanda, em consonância com o pensamento de Bakhtin sobre a impossibilidade de alienarmos a literatura da cultura, e de compreendê-la fora do contexto de uma época, vai estabelecendo nexos entre o período do realismo e do neorrealismo na literatura de Portugal (séculos XIX e XX), para enriquecer sua análise acerca do conto Os Corvos, de Carlos de Oliveira –versão publicada em 1971, em plena ditadura salazariana, às vésperas da Revolução dos Cravos – destacando para tanto três elementos do conto: o corvo penhorista, o corvo narrador-personagem como manifestação do “Estado”, e a figura feminina, problematizando assim a questão de sujeitos humilhados em velhas instituições estratificadas pelo social.

Márcia Fernanda Carneiro Lima, no artigo Num Graveto: a pa(lavra), uma entrevista inventada ao cuspe com Manoel de Barros e Valentin Volóchinov, apresenta uma entrevista que ela cria, trazendo na íntegra as vozes de Manoel de Barros, Valentin Volóchinov e a sua própria, enquanto pesquisadora, em vozes equipotentes, buscando nesse gesto estético compreender o sentido da palavra, através do diálogo com os esses autores.

No artigo O receio de não conseguirmos o grito Moacir Lopes de Camargos faz um diálogo com a dimensão artística, trazendo uma potente reflexão sobre a arte como um grito, bem como o receio sempre fundado do grito libertador ser ignorado. Traz em suas linhas poéticas as angústias de uma geração que parece não encontrar a voz para gritar por seus direitos, e levanta questionamentos sobre o lugar da arte em tempos de medo.

Reinaldo José de Lima no artigo Cinema, infâncias e cronotopo, defende o cinema como princípio formativo, na vida e na escola, trazendo a vivência de filmes, no desenvolvimento de sua pesquisa, em sua própria vida e com crianças, como lugar potente para ver e pensar o mundo e suas possibilidades de transformações. Nas palavras das crianças, vemos o cinema como importante linguagem formativa.

No artigo A Estátua e o Ícone: escultura e escritura na leitura de Jakobson da simbologia de Púchkin, Luciano Ponzio faz uma acurada incursão sobre o conceito de ícone em contraposição ao conceito de ídolo, a partir da análise feita por Roman Jakobson acerca da obra poética de Aleksandr Púchkin – marcada pela presença de estátuas. Ponzio destaca que “Seja que se trate do ateu Púchkin, do herético Blok ou da poesia antirreligiosa de Maiakóvski, os poetas russos acreditaram, porém, no mundo dos costumes ortodoxos” e a sua poesia “está involuntariamente impregnada” desses. Assim sendo, as estátuas, que na tradição ortodoxa eram concebidas como diabólicas, foram tomadas como ídolos e nesse encontro entre a palavra poética e o signo escultura que permeia sua obra, o monumento que Puchkin construiu com a palavra triunfa sobre a estátua, assim como o ícone triunfa sobre o eidolon.

Foi em outra escuta de Luciano Ponzio, no Encontro de Estudos Bakhtinianos (EEBA) do ano de 2015, em Niterói, que nos colocamos a pensar no poder transformador da palavra que os poetas cubofuturistas russos anunciavam e que permaneceu como uma força em suas obras: Para mudar o mundo, é preciso mudar as palavras do mundo. Assim, não poderíamos terminar essa apresentação sem dedicar uma homenagem a todos os poetas, em especial aos cubofuturistas russos que, com essas palavras sobre palavras, nos permitem acreditar na possibilidade de mudança sem a destruição da tradição na transformação do mundo.

De um modo especial, ao propormos a realização desse “livro de palavras” – por muito tempo foi assim que o chamamos – colocamos ênfase na importância de repensarmos as questões sobre as palavras em um universo onde a escuta e a alteridade, na maioria das vezes, nos parecem à deriva. Possamos nós, então, com esse livro, com nossas palavras desejosas de alteridade e dialogicidade, com Bakhtin e o Círculo, renovar os sentidos transformadores do mundo.

Márcia Concencio, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense, professora dos anos iniciais, aposentada, da Rede Estadual de Educação do Estado do Rio de Janeiro e membro do Grupo Atos UFF – Grupo de Estudos e Pesquisas Bakhtinianas.

Angélica Duarte da Silva Araujo, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense, Professora dos anos iniciais da Rede Municipal de Niterói e membro do Grupo Atos UFF – Grupo de Estudos e Pesquisas Bakhtinianas.

Ano de lançamento

2020

ISBN

978-65-87645-11-7

Número de páginas

415

Organização

Angélica Duarte, Márcia Concencio

Formato