Eu quero ser o sol! crianças pequenininhas, culturas infantis, creche e intersecção. 2ª ed

Por ocasião do pronunciamento das Nações Unidas sobre a Década dos Povos Afro-descendentes que ocorre entre 2010-2014, eu escrevi um texto para provocar o debate sobre a posição da raça nas escolas.  Meu principal interesse é a infancia negra na escola, sobre o qual se sabe muito pouco no cenário colombiano, e já é hora de nos perguntarmos se esse esquecimento é um ato deliberado por parte da academia branca.

Neste contexto, esta publicação se soma a uma série de artigos, colunas de opinião, capítulos de livros, que postulam dois elementos básicos; primeiro, se a sociedade é racista, a escola também reproduz esse fenômeno. Em segundo lugar, não basta afirmar que a escola é racista, os pesquisadores e as comunidades envolvidas precisam comprovar como esse fenômeno se manifesta, qual sua abrangência, como a criança negra reage quando é racializada, o que significa crescer em uma escola racista. Se essas questões nos desafiam, certamente são necessários relatórios de pesquisa que detalhem essas questões por idade, sexo, região, classe social e, claro, grupo étnico-racial.

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Felizmente, este debate é seguido por muitas pessoas que consideram oportuno colocar no centro das discussões estas infâncias, como o grupo da África na escola que convido a acompanhar de perto, a quantidade de desafios que a sociedade tem na sua plenitude, para garantir uma infância que realmente transforme o mundo de hoje.

Portanto, voltando à questão, se a academia esqueceu as crianças de Gorée, deliberadamente.  A resposta é afirmativa, não há como os pesquisadores das infâncias ignorarem os gritos, as proclamações dos sujeitos que mobilizam a agenda do racismo anti-negro e continuam reproduzindo uma imagem distorcida das crianças que importam para a pesquisa a respeito da infância.

María Isabel Mena

Ano de lançamento

2023

Autoria

Flávio Santiago

Formato

ISBN

978-65-5869-109-9

Número de páginas

165