Mikhail Bakhtin em diálogo: conversas de 1973 com Viktor Duvakin

Mikhail Bakhtin, Viktor Duvakin

R$50.00

Viktor Duvakin é um estudioso da literatura russa, e que se propôs a gravar entrevistas com os grandes nomes dos estudos da linguagem da Rússia. Assim foi que em 1973 ele gravou seis conversas, de mais ou menos uma hora e meia cada uma, com Mikhail Bakhtin, que ficaram depositadas no Acervo Fonodocumental da Biblioteca de Moscou. Uma primeira transcrição foi publicada na Rússia, e em Maio de 2008 o livro foi publicado na Itália, aos cuidados de Augusto Ponzio. Quase concomitantemente ele está sendo lançado no Brasil, publicado pela Pedro & João Editores. Além dos seis capítulos com as conversas, há um grande capítulo com notas explicativas, a respeito das pessoas e acontecimentos citados por Bakhtin, o que facilita sobremaneira a compreensão dos leitores sobre as entrevistas. Certamente esse livro interessa muito a todos os estudiosos de Bakhtin, uma vez que oportuniza conhecer facetas diferentes desse pensador, e também olhar pelos olhares dele os acontecimentos que se deram na Rússia, por quase todo o século XX. Sua visão sobre Bakhtin, sobre a história da Rússia e sobre os estudos linguísticos será renovada com a leitura desse livro grandioso que constrói não apenas uma biografia de Bakhtin mas uma visão dele sobre seu tempo.

Algumas passagens:

[Maria Veniaminovna Iudina] “era uma pessoa absolutamente não oficial. Tudo aquilo que era oficial lhe pesava. Como, no mais, também a mim. Eu também não posso suportar aquilo que é oficial” (p. 262)

“Pode-se dizer que comecei muito cedo a praticar um pensamento independente e a dedicar-me por conta própria à leitura de importantes livros filosóficos. E inicialmente eu era, acima de tudo, apaixonado exatamente por filosofia. E por literatura. Conhecia Dostoievski já com onze anos, doze anos” (p. 40).

“Por exemplo, conhecia de memória muitíssimos… bem, textos, não obras inteiras, do Nietzsche. Em original, certamente, em língua alemã. Eu estudei Nietzsche com apaixonado entusiasmo” (p. 42).

“Eu tinha uma ardente paixão pela poesia contemporânea: os simbolistas, os assim chamados decadentes, e os russos, os franceses, os alemães” (p. 46).

“Bem eu certamente gostava muito de Puchkin, obviamente. Depois gostava muito de Tiutichev; gostava muito de Baratynski; gostava muito de Fet. Dos outros um pouco menos. Mesmo de Lermontov eu não gostava muito. Mas dos poetas franceses eu tinha uma particular predileção pelo primeiro, digamos, fundador do simbolismo e do decadentismo – Charles Baudelaire. Conhecia-o, de fato, como a palma de minha mão. E sabia de memória muitíssimo dele, em francês, em original, certamente. Charles Baudelaire… depois apreciava muitíssimo Jose Hérédia…” (p. 47).

Ano de lançamento

2012

Autoria

Mikhail Bakhtin, Viktor Duvakin

ISBN

978-85-7993-101-7

Número de páginas

320

Formato